Endereço
Largo de São Francisco 1
sala 205 – Centro
Rio de Janeiro/RJ – Brasil
CEP: 20051-070
Horário de Atendimento
Terça-feira, 10:00 – 14:00
Quarta-feira, 14:00 – 18:00
* No dia 16/12/2024, segunda-feira, não haverá atendimento ao público.
Curso: Ficção e história
Prof. Felipe Charbel
Horário: sextas-feiras, das 15:00 às 18:00
Ementa: A proposta do curso é analisar, a partir de uma abordagem cruzada entre teoria da história e teoria literária, as “vias de acesso” entre ficção e história na literatura contemporânea em prosa. A escolha das obras seguiu três critérios: (a) proposição de um corpus temático abrangente e de enfoque transcultural, permitindo uma abordagem comparativa que permita a identificação de algumas formas de sensibilidade do tempo próprias da literatura contemporânea; (b) o predomínio do “páthos da autencidade”, entendido aqui como expectativa de “acesso” à singularidade do evento histórico ou de produção de efeitos de presença, por meio da ficção; (c) a escolha de obras caracterizadas, formalmente, por um investimento autorreflexivo. As obras discutidas no curso serão as seguintes: A morte do inimigo (1959), de Hans Keilson; Um túmulo para Boris Davidovitch (1976), de Danilo Kiš; À espera dos bárbaros (1980), de J. M. Coetzee; A marca humana (2000), de Philip Roth; Austerlitz (2001), de W. G. Sebald; Hammerstein, ou a obstinação (2008), de Hans Magnus Enzensberger; HHhH (2010), de Laurent Binet.
Unidade 1. História, ficção e historicidade
SCHAEFFER, Jean-Marie. Why Fiction? Lincoln and London: University of Nebraska Press, 2010, pp. 109-204.
LACAPRA, Dominick. “History and the Novel”. In. History and Criticism. Cornell University Press, 1985.
ROTH, Philip. A marca humana, Trad. Paulo Henriques Britto. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
MUKAROVSKÝ, Jan. “Arte como fato semiológico” e “Sobre o estruturalismo”. In.
Escritos sobre estética e semiótica da arte. Trad. Manuel Ruas. Lisboa: Editorial Estampa, 1979.
SEBALD, W. G. Austerlitz. Trad. José Marcos Mariani de Macedo. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
GUMBRECHT, Hans Ulrich. Atmosfera, ambiência, Stimmung. Sobre um potencial oculto da literatura. Trad. Ana Isabel Soares. Rio de Janeiro: Contraponto: Editora PUC-Rio, 2014, pp. 9-33.
Leituras complementares
STIERLE, Karlheinz. A ficção. Trad. Luiz Costa Lima. Rio de Janeiro: Caetés, 2006.
ISER, Wolfgang. “Atos de Fingir”. In. O fictício e o imaginário. Trad. J. Kretschmer. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1996.
ANKERSMIT, Frank. “Truth in History and Literature”. Narrative, 18, nº 1, 2010. POSSNOCK, Ross. Philip Roth’s Rude Truth. The art of Immaturity. Princeton and
Oxford: Princeton University Press, pp. 193-235.
SIMIC, Charles. “Conspiracy of Silence”. In. SCHWARTZ, Lynne Sharon (org.). The Emergence of Memory. Conversations with W. G. Sebald. New York: Seven Stories Press, 2007.
HIRSCH, Marianne. “The Generation of Postmemory”. Poetics Today, 29, 1, 2008.
Unidade 2. Ficção e meta-história
KEILSON, Hans. A morte do inimigo. Trad. Luiz A. de Araújo. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
COETZEE, J. M. À espera dos bárbaros. Trad. José Rubens Siqueira. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
KOSELLECK, Reinhart. “Histórica y hermenéutica”. In. VILLACAÑAS, José Luis;
ONCINA, Faustino (org.). Historia y hermenéutica. Barcelona: Buenos Aires: México: Ediciones Paidós, 2002.
ATTWELL, David. J. M. Coetzee. South Africa and the Politics of Writing. Berkeley and Los Angeles: University of California Press, 1993, pp. 9-34, 70-87.
Leitura complementar
ATTRIDGE, Derek. J. M. Coetzee and the Ethics of Reading. Chicago and London: The University of Chicago Press, 2004, pp. 32-64.
Unidade 3. Metaficção, historicidade e ética da representação ficcional
STONEHILL, Brian. The Self-Conscious Novel. Artifice in Fiction from Joyce to Pynchon. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1988, pp. 1-47.
BINET, Laurent. HHhH. Trad. Paulo Neves. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
STEINER, George. “Presenças verdadeiras”. In. Nenhuma paixão desperdiçada. Trad. Maria Alice Máximo. Rio de Janeiro: Record, 2001.
HARTOG, François. Regimes de historicidade. Presentismo e experiência do tempo.
Trad. Andreá Souza de Menezes [et al.]. Belo Horizonte: Autêntica, 2013, pp. 133-260.
ENZENSBERGER, Hans Magnus. Hammerstein, ou a obstinação. Trad. Samuel Titan Jr. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
KIS, Danilo. Um túmulo para Boris Davidovitch. Trad. Heloisa Jahn. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.
________ Homo Poeticus. New York: Farrar, Straus, Giroux, 1995, pp. 9-72. ANKERSMIT, Frank. Sublime Historical Experience. Stanford: Stanford University
Press, 2005, pp. 1-15, 317-368.
Leituras complementares
WAUGH, Patricia. Metafiction. The Theory and Practice of Self-Conscious Fiction.
London and New York: Methuen, 1984, pp. 1-61.
BINET, Laurent. “Le merveilleux réel”. Le Débat, 2, 2011, 165.
GUMBRECHT, Hans Ulrich. Produção de Presença. Trad. Isabel Soares. Rio de Janeiro: Contraponto: Editora PUC-Rio, 2010.
BOUJU, Emmanuel. La transcription de l’Histoire. Essai sur le roman européen de la fin du XXe siècle. Rennes: Presses Universitaires de Rennes, 2006, pp. 39-62, 111-132.
Largo de São Francisco 1
sala 205 – Centro
Rio de Janeiro/RJ – Brasil
CEP: 20051-070
Terça-feira, 10:00 – 14:00
Quarta-feira, 14:00 – 18:00
* No dia 16/12/2024, segunda-feira, não haverá atendimento ao público.