Linhas de pesquisa

História das práticas e das culturas políticas

Concentra pesquisas históricas voltadas para o fenômeno político, entendido a partir do conjunto de normas, valores, conhecimentos e crenças que definem as práticas e os comportamentos dos membros de uma comunidade nesse âmbito. Em interface, portanto, com as discussões travadas nas duas outras linhas de pesquisa, incorpora, nas reflexões propostas, noções afins à de cultura política, em particular às de memória e de identidade, com vistas à abordagem de ideias, movimentos e conflitos sociais, em tempos e espaços diversos.

Setores Temáticos

O setor integra docentes que se dedicam ao estudo dos conflitos políticos e bélicos e dos regimes autoritários, privilegiando as reflexões históricas acerca de seus aspectos institucionais, políticos, econômicos, culturais e ideológicos.  Debruçando-se sobre processos históricos violentos – nas suas formas materiais e imateriais, das práticas e do cotidiano –, os integrantes visam dar conta da historicidade dos objetos de pesquisa, englobando diferentes perspectivas historiográficas.

Este grupo temático tem como área prioritária o estudo das experiências dos/as trabalhadores/as e outros grupos subalternos em diversos períodos históricos. Os complexos processos de formação de identidades são de particular interesse dos pesquisadores do grupo, com especial atenção para a produção das diferenças de classe, raça e gênero e seu papel nas relações sociais de dominação e exploração. Além da história das organizações formais e informais e das ações coletivas, um amplo arco de questões compõem o universo de interesses do grupo temático, incluindo temas como as relações horizontais e verticais de conflito e solidariedade, os processos produtivos, as migrações, o papel dos espaços urbano e rural na conformação de identidades, os modos de vida e experiências cotidianas, as múltiplas dimensões culturais do universo das classes populares, as disputas políticas, as relações entre capital e trabalho, e ainda a atuação dos movimentos sociais na esfera pública e sua interação com as diversas dimensões do Estado. Interessam ainda as variadas maneiras pelas quais os grupos subalternos foram vistos e representados por artistas, intelectuais, autoridades públicas, empresários e outros atores sociais com os quais interagem em sua vida cotidiana.  

O setor integra docentes que se dedicam ao estudo da presença e do impacto da violência produzida no mundo contemporâneo por eventos tais como o colonialismo moderno, os genocídios, as grandes guerras mundiais, as ditaduras militares e a violência de Estado em diferentes contextos e modalidades. O foco está nos estudos do trauma, da subjetividade, das histórias de vida, dos sentimentos morais, nas suas diversas formas de expressão: testemunhos, depoimentos, cartas, diários, imagens. O setor volta-se também para o estudo das políticas de memória e dos usos do passado, enfocando tanto o Estado, como as associações civis ou os indivíduos, analisando criticamente desde processos históricos de reparação e justiça transicional, como a criação de Comissões de Verdade, às formas mais amplas de (re)conhecimento material e imaterial dos passados violentos.

Este setor temático estuda a construção histórica de patrimônios e o que estes implicam para a formação de identidades coletivas e para o debate político e social sobre os bens culturais. O conceito é entendido de forma ampla, incluindo patrimônio material ou imaterial/intangível, espaços construídos ou socioambientais. Em torno ao conceito de patrimônio e suas diferentes temporalidades, o setor temático também inclui pesquisas sobre instituições de memória como museus e monumentos, políticas públicas locais, regionais ou globais relacionadas à preservação, disputas sobre o que deve ser lembrado e o que deve ser esquecido, e o papel do Estado, de diferentes instituições,  e dos múltiplos atores da sociedade civil na definição do que é patrimônio.