Historiografia, métodos e técnicas de pesquisa sobre sociedades aristocráticas e rurais na Europa e na América do século XVIII

O curso discutirá métodos e técnicas de pesquisa para o estudo das sociedades rurais do século XVIII na Europa (Inglaterra e Prússia) e nas Américas (Antilhas Inglesas e Brasil). Serão tratadas sociedades, grosso modo, caracterizadas pela preponderância dos grandes domínios fundiários na paisagem agrária e pela ascendência do governo local em detrimento do poder central. As áreas rurais escolhidas eram, ainda, marcadas pela ação do paternalismo na organização da vida social. Nelas, a ação do senhor das terras era decisiva no cotidiano dos trabalhadores rurais, ou seja, na assistência social, na vida religiosa, na justiça e poder de polícia. Entretanto, apesar de essas sociedades compartilharem tais características, se diferençavam por suas relações socias de produção. Basta lembrar que, naquele século, na Inglaterra o trabalho assalariado avançava sobre os escombros da aldeia camponesa. Enquanto isso, no Leste do Elba ainda prevalecia as comunidades camponesas com suas tensões entre as obrigações senhoriais e seus direitos do autogoverno. Por seu turno, no Novo Mundo, o engenho de açúcar brasileiro e a plantation integrada caribenha, se assentavam na escravidão africana. Porém, enquanto no Brasil a escravidão dava vida ao Antigo Regime católico; nas Antilhas inglesas, estava ligada aos interesses dos capitalistas da city londrina. Considerando esses cenários, o curso apresenta métodos e técnicas de pesquisa, focando temas como: as possíveis relações entre micro-história e história global; a agência dos grupos subalternos; os estratos do tempo. O curso está dividido em dois módulos. O primeiro é dedicado aos textos de metodologia de pesquisa e aportes teóricos como os de G. Levi, S. Cerutti, J. de Vries, F. Braudel, S. Kracauer e R. Koselleck. O segundo módulo volta-se à historiografia daquelas sociedades, com destaque para E. Thompson, R. Berdahl, J. Lukowiski, E. Genovese, D. Thomich.