A arte romanesca do ator: Constantin Stanislavski na cultura do romance

Henrique Buarque de Gusmão

Num dos livros de Constantin Stanislavski, o diretor faz a seguinte proposta para seus atores: “Vamos sonhar e compor o que o autor não terminou de escrever. Preparem-se adequadamente, este é um trabalho longo e difícil. Vocês precisarão se transformar em colaboradores do autor e concluir o que ele não terminou de fazer. Quem sabe se não teremos que escrever uma obra inteira?” Esse fragmento revela a importância que Stanislavski conferia à produção literária no processo criativo de seus atores. Henrique Gusmão, neste livro, mostra-nos como uma cultura do romance que surge no século XVIII criou as condições necessárias para que o encenador russo pudesse transformar de modo decisivo a arte da atuação teatral. Surge, assim, uma nova possibilidade de leitura, criativa e provocadora, de um dos nomes mais relevantes da história do teatro no século XX.

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